Por Fernanda Oliveira
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Quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
Artigo
A DEPRESSÃO NO IDOSO
A depressão em idosos é comum, mas não significa
que seja normal. É uma condição que afeta 11,1% de idosos brasileiros (IBGE,
2019), porém a maioria não recebe tratamento adequado. A razão provável é que
os idosos frequentemente apresentam sintomas de depressão de forma diferente. Ela
é frequentemente confundida com os efeitos de várias doenças e os medicamentos
usados para tratá-las. Nos idosos, a depressão ainda geralmente ocorre com
outras doenças médicas e deficiências e dura mais tempo.
A depressão em idosos está associada a um risco aumentado de doenças cardíacas e a um risco aumentado de morte por doença. Ao mesmo tempo, reduz a capacidade de reabilitação. Estudos com pacientes de clínicas de repouso com doenças físicas mostraram que a presença de depressão aumenta substancialmente a probabilidade de morte por essas doenças. E também foi associada ao aumento do risco de morte após um ataque cardíaco. Por esse motivo, é importante certificar-se de que uma pessoa idosa que o preocupa seja avaliada e tratada, mesmo que a depressão seja leve. Existe também o aumento do risco de suicídio.
Além disso, o avanço da idade é frequentemente acompanhado pela perda dos sistemas de apoio social devido à morte do cônjuge ou irmãos, aposentadoria ou mudança de residência. Devido às mudanças nas circunstâncias da pessoa idosa e ao fato de que se espera que eles diminuam o ritmo, os médicos e a família podem não perceber os sinais de depressão.
A insônia geralmente é um sintoma de depressão. Novos estudos revelam que a insônia também é um fator de risco para o aparecimento e recorrência da depressão - principalmente em idosos. Para tratar a insônia, os especialistas recomendam evitar ou minimizar a exposição a benzodiazepínicos ou as drogas "hipnóticas", pois podem representar um risco aumentado para vigilância prejudicada, depressão respiratória e quedas.
Fatores que aumentam o risco de depressão em idosos incluem:
Ser mulher.
Ser solteiro, solteiro, divorciado ou viúvo.
Falta de uma rede social de apoio.
Eventos de vida estressantes.
Condições físicas como derrame , hipertensão , fibrilação atrial , diabetes , câncer , demência e dor crônica aumentam ainda mais o risco de depressão.
Certos medicamentos ou combinação de medicamentos.
Danos à imagem corporal (por amputação, cirurgia de câncer ou ataque cardíaco).
História familiar de transtorno depressivo maior.
Medo da morte.
Morar sozinho, isolamento social.
Outras doenças.
Tentativas anteriores de suicídio.
Presença de dor crônica ou intensa.
História anterior de depressão.
Perda recente de um ente querido.
Abuso de substância.
As varreduras cerebrais de pessoas que desenvolvem sua primeira depressão na velhice costumam revelar pontos no cérebro que podem não estar recebendo fluxo sanguíneo adequado, que se acredita serem resultantes de anos de pressão alta. Mudanças químicas nessas células cerebrais podem aumentar a probabilidade de depressão separada de qualquer estresse da vida.
Existem várias opções de tratamento disponíveis para a depressão, os principais são psicoterapia e o medicamentoso, sendo a combinação de tratamentos frequentemente usada. O acompanhamento psicoterapêutico é determinando para o restabelecimento da saúde mental e da prevenção, sendo o tratamento medicamentoso recomendado pelo psiquiatra de acordo com o tipo e gravidade dos sintomas de depressão.
No tratamento medicamentoso, o risco de efeitos colaterais ou reações potenciais com outros medicamentos deve ser cuidadosamente considerado, pois podem causar confusão ou causar uma queda repentina da pressão arterial quando uma pessoa se levanta, tendo risco de quedas e fraturas.
Os antidepressivos podem demorar mais para começar a fazer efeito em pessoas mais velhas do que em pessoas mais jovens. Como os idosos são mais sensíveis aos medicamentos, os médicos podem prescrever doses mais baixas no início. Em geral, a duração do tratamento para depressão em idosos é maior do que em pacientes mais jovens.
A maioria das pessoas deprimidas acha que o apoio da família, dos amigos e o tratamento psicoterapêutico são fundamentais. A psicoterapia é especialmente benéfica para aqueles que suportaram grandes estresses da vida, como perda de amigos e familiares, mudanças em casa e problemas de saúde, ou ainda os que preferem não tomar remédios por apresentarem sintomas leves a moderados. Também é útil para pessoas que não podem tomar medicamentos devido a efeitos colaterais, interações com outros medicamentos ou outras doenças médicas. A psicoterapia em adultos mais velhos pode abordar uma ampla gama de consequências funcionais e sociais da depressão.
O estigma associado à doença mental e ao tratamento psiquiátrico é ainda mais forte entre os idosos do que entre os mais jovens. Esse estigma pode impedir os idosos de reconhecer que estão deprimidos, até para eles próprios. Os idosos e suas famílias às vezes também podem identificar erroneamente os sintomas de depressão como reações consideradas normais aos estresses da vida, perdas ou processo de envelhecimento.
Além disso, a depressão pode ser expressa por meio de queixas físicas, em vez de sintomas tradicionais. Isso atrasa o tratamento adequado. Além disso, idosos deprimidos podem não relatar sua depressão porque acreditam erroneamente que não há esperança de ajuda.
Os idosos também podem não querer tomar seus medicamentos por causa dos efeitos colaterais ou do custo. A presença de determinadas doenças em comorbidade com a depressão pode interferir na eficácia dos medicamentos antidepressivos. O alcoolismo e o abuso de outras substâncias podem causar ou agravar a depressão e interferir no tratamento eficaz. E eventos infelizes na vida, incluindo a morte de familiares ou amigos, pobreza e isolamento, também podem afetar a motivação da pessoa para continuar o tratamento.
Fernanda Oliveira
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